Kakani, pequeno Vilarejo a 30km ao noroeste de Kathmandu, está situada em um cume a 2.000m de altitude – tendo a vertente norte a 45º de inclinação. Esta vertente desce a 800m de altitude, encontrando o vale da Likhu Khola e daí sobe progressivamente até a montanha do Gosainkund e a do Lang Tang Lirung a 7.200m.
Possui 360° de visibilidade sem nenhum obstáculo, sendo 180° de visão sobre a cadeia de montanhas do Himalaia. Podemos ver os picos dos Annapurnas, ao Rolwaling Himal passando pelo Manaslu, o Ganesh Himal, o Lang Tang Lirung, o Shisha Pangma, o Gauri Shankar e o Melungtse.
A montanha é majestosa, onipresente, visualmente incontornável. Na sua presença somos fatalmente modestos, é impossível criar uma rivalidade com a paisagem, sua escala não nos autoriza colocar sobre ela qualquer objeto, pois o mesmo tornar-se-ia incongruente. Sendo assim, o edifício não é um edifício, ele é a montanha em si. Uma parte de montanha artificial, metálica, absorvendo o céu.
O edifício segue as curvas da montanha, ele é uma espécie de membrana que cobre e envolve sua anatomia, funde-se na massa, devolve aos céus os raios de sol como um espelho que serve de guia aqueles que estão perdidos, fazendo assim que o céu penetre na montanha, uma vez que ele é refletido na mesma. Não é um edifício, é um enxerto, limpo e bem definido, uma inserção preciosa dentro do rochedo.
Uma imensa cobertura de aço inoxidável abriga os oito andares do Instituto. As telhas são perfuradas a fim de deixar passar ao interior do edifício a luminosidade necessária. Durante a noite, o telhado difunde por milhares de orifícios a luz das atividades internas.
A montanha torna-se incandescente.
Na fachada sul, a grande escada exterior leva o público até o alpendre em balanço. Através deste espaço o público tem acesso por uma passarela ao Museu e ao Centro Documentário. Enquanto que em paralelo, degraus em pedra descem até encontrar uma bacia d’água subterrânea, à maneira dos “ghats”, permitindo o acesso ao Centro de Conferência.
A planta geral do edifício inspira-se no mandala simplificado, que é a representação do Universo. Encontramos, da mesma maneira, certos elementos característicos das residências de importância do vale de Kathmandu, como por exemplo o “pathi” – zona coberta que dá sobre a rua que é destinada a servir de abrigo aos viajantes de passagem.
No térreo: a recepção, a livraria, a zona de segurança e a zona de controle; sobre o mezanino: a administração. Ainda neste andar o primeiro nível do Museu que se desenvolve em volta do quadrado central com pé-direito duplo, onde se encontra uma grande maquete da cadeia do Himalaia. É daí que se tem acesso às passarelas periféricas ao quadrado central que nos levam ao primeiro andar, dando continuidade ao Museu.
No segundo andar: o Centro Documentário.
No terceiro andar parcial: a sala do conselho administrativo do Instituto.
O quadrado central do térreo é um pouco rebaixado e se desenvolve em toda a altura do edifício, local para as exposições temporárias. É também daí que se tem acesso, pelo interior do edifício, ao restaurante, às boutiques no mezanino sobre o foyer do Centro de Conferências, e ao grande terraço que dá vista à cadeia do Himalaia.